Como saber se uma simples pinta é sinal de melanoma?

Junho Preto destaca o tipo mais agressivo de câncer de pele, que pode se disseminar para outros órgãos e levar a pessoa à morte. Entenda a chamada regra ABCDE para detecção precoce da doença

Foto: Getty Images/iStockphoto
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Existem dois grupos principais de câncer de pele: o melanoma, respondendo por 6.260 casos diagnosticados em 2018, e o não-melanoma, que é responsável por 165.580 novos diagnósticos. Segundo o INCA- Instituto Nacional do Câncer, não há diferença significativa entre homens e mulheres, com cerca de 2.000 mortes pela doença.

Para o oncocirurgião Ricardo Antunes,  presidente da SBC- Sociedade Brasileira de Cancerologia, esse índice corresponde a apenas a 3% dos tumores malignos da pele, sendo contudo, o mais agressivo, com capacidade de disseminação para outros órgãos e de levar à morte caso não haja o diagnóstico precoce e o tratamento adequado.

Junho foi escolhido como mês de conscientização e prevenção ao câncer de pele, tipo mais comum no Brasil, respondendo a mais de170 mil novos casos esperados até o fim deste ano, conforme o Inca.

Fernanda Seabra, médica dermatologista e especialista em cirurgia dermatológica e mohs, da Aliança Instituto de Oncologia, explica que os carcinomas basocelular e espinocelular são exemplos mais comuns desse grupo. “O primeiro geralmente aparece como nódulo perolado que sangra facilmente ao trauma. O segundo muitas vezes é confundido com uma ferida, mas que nunca cicatriza; pode apresentar descamação e sangramento”, exemplifica a especialista.

Segundo Fernanda, a exposição solar sem proteção, histórico de queimadura solar, principalmente na infância e adolescência e ainda ter a pele clara são fatores de risco para câncer de pele não-melanoma. “É preciso atenção com alguns sinais. Cuidado com lesões recentes, que coçam ou sangram com facilidade, em áreas foto expostas como face, colo, orelha e membros”, aponta.

Já o câncer de pele melanoma aparece como uma pinta, sinal ou mancha. De acordo com a dermatologista, ele pode vir de um nevo anterior ou de uma área sem lesão precursora. Os fatores de risco para esse tipo da doença, são as múltiplas manchas, história pessoal ou familiar de melanoma, queimadura solar, pele clara, entre outros.

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DIAGNÓSTICO CLÍNICO

O presidente da SBC destaca que esse diagnóstico é essencialmente clínico e os profissionais que atuam no segmento da oncologia cutânea como dermatologistas, cirurgiões plásticos e cirurgiões oncológicos devem saber reconhecer e orientar.

“Quando temos uma suspeita de Melanoma devemos fazer o exame de Dermatoscopia (aparelho que permite ampliação da pinta e melhor diagnóstico) e, em alguns casos, a biópsia total da pinta com exame microscópio (anatomopatológico) permitindo um melhor tratamento”, orienta.

Ricardo Antunes alerta que o diagnóstico precoce é fundamental para a cura. E o cuidado com a exposição solar inadequada e o uso de protetor solar, principalmente nas crianças em idade escolar e adolescentes,são estratégias de prevenção altamente recomendadas pela Sociedade Brasileira de Cancerologia.

Detecção precoce 

A detecção precoce é fundamental para a cura. Conforme a médica é de extrema importância ficar atento às manchas, principalmente em regiões que prestamos menos atenção como orelhas, couro cabeludo, área da genitália, mãos, pés e unhas e, a qualquer sinal de mudança, deve-se procurar um dermatologista.

Os sinais de uma pinta suspeita deve estar na memória de cada um de nós através de uma simples e eficaz regra, a regra ABCDE. Entenda:

A- assimetria da pinta (um lado é diferente do outro) – lesões assimétricas são mais preocupantes que as regulares

B- Bordas elevadas da pinta – pintas com bordas irregulares merecem mais atenção

C- Cores escuras variadas (preto, vermelho, azul) – se a mancha tiver mais de duas cores deverá ser examinada

D- Diâmetro maior que 6mm – essas lesões precisam ser avaliadas pelo dermatologista

E- Evolução conforme o tempo mudando de tamanho, forma e cor – essa parte, a percepção do paciente é indispensável. É o paciente que irá dizer se a lesão está mudando

 Fatores de Risco

. Exposição prolongada e repetida ao sol (raios ultravioleta), principalmente na infância e adolescência.

. Exposição a Câmara de Bronzeamento, especialmente com início em idade precoce.

Pele e olhos claros, cabelos ruivos ou loiros (pele tipo 1 e 2 com maior sensibilidade aos raios solares)

. Fumantes pelo efeito negativo ao sistema imune.

. História familiar, chamada de Melanoma Familiar, onde o paciente e alguns membros da família apresentam mais que 50 NevusMelanociticos (várias pintas escuras pelo corpo), sendo responsável por 10% dos casos.

TRATAMENTO

Segundo a Dra Fernanda, a detecção precoce e o tratamento adequado podem garantir a cura da doença. O tratamento padrão ouro é cirúrgico. “Procure um dermatologista, a detecção precoce docâncer de pele salva vidas”, finaliza.

“A cirurgia ocupa lugar de destaque, sendo a quimioterapia, a radioterapia e, mais recentemente, a imunoterapia,opções indicadas para os casos avançados e de forma muito individualizada. Hoje os novos medicamentos trazem altas taxas de sucesso terapêutico”, informa Antunes.

Da Redação, com Assessorias

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